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Botequins tombados do Rio de Janeiro

11/01/2013 15:29

Pequeno guia dos botequins tombados do Rio de Janeiro

Abaixo ofereço um pequeno roteiro com alguns dos bares incluídos no tombamento da Prefeitura do Rio:

Adega Flor de Coimbra

A casa foi fundada em 1938 como uma mercearia típica portuguesa, que servia entre outros, bolinhos de bacalhau e vinho de barril. Aos poucos foi ganhando fama e recebeu o formato de adega e um cardápio recheado de especialidades da terrinha. Eu destaco particularmente o bolinho de bacalhau em formato charutinho. Muito gostoso e bem preparado. Os vinhos de barril saíram de moda e até mesmo a mania de usar os barris como assento já não fazem mais parte da tradição da casa. Apesar disso, o cardápio conta com alguns rótulos de vinho interessantes. Os amantes de cerveja também vão ficar satisfeitos com as diversas opções da bebida disponíveis. O ambiente é aconchegante, com diversos quadros e referências a Portugal, o serviço é bom e os preços não são de arrepiar.

Funciona de segunda a sábado, do meio-dia às 2h.

Endereço: Rua Teotônio Regadas, 34, Loja A – Lapa. Rio de Janeiro (RJ).

Contatos: (21) 2224-4582 / (21) 2224-9138 / adegaflordecoimbra@oi.com.br

Para saber mais: www.adegaflordecoimbra.com.br

Adega Pérola

A Adega Pérola tem para mim o balcão mais fantástico da cidade, com vasta opção de ‘tapas’ portugueses. É quase uma perdição. Eu bato ponto no tradicional botequim ao menos uma vez por mês para beliscar suas diversas iguarias. As sugestões são muitas: Polvo à Vinagrete, Lascas de Bacalhau, Sardinhas à Escabeche, Favas, Coração de Frango, enfim. Bom é descobri por si só o que é mais ao seu gosto. Se vocês são do Rio e não a conhecem, ou são de fora e estão de passagem pela cidade, não deixem de ir lá, pois é um programão. Para quem conhece: bom, aí eu não preciso dizer nada, apenas que já é hora de matar a saudade.

O chope de lá é que poderia ser um tiquinho melhor, no entanto não é nada que chegue a incomodar. Uma alternativa boa, porém nem tão barata, é pedir a cerveja Therezópolis, servida estupidamente gelada. O grande problema da casa parece ser mesmo os banquinhos de madeira incômodos nas mesas. Dá uma dor nas cadeiras…  Legal também é beber em pé, admirando o belo balcão.

Funciona de segunda a sábado das 10h à meia-noite.

Endereço: Rua Siqueira Campos 138 – loja A, Copacabana.

Aceita cartões de débito e crédito.

Contatos: (21) 2255-9425 / adegaperola@hotmail.com

Armazém São Thiago

Conhecido carinhosamente por Bar do Gomes, por causa do nome de um dos sócios, Seu Gomes – figura histórica e muito querida no bairro de Santa Teresa – o Armazém São Thiago, com seus 91 anos de história, já serviu de inspiração para algumas crônicas no Diários Gastronômicos. O típico e caótico armazém de bairro, após sofrer uma profunda reforma, foi deixando os produtos básicos de lado e aos poucos assumiu a identidade de bar, um fantástico bar. Na reforma foi preservada a mobília original, bem como aproveitada algumas peças históricas para criar uma espécie de pequeno museu dos armazéns cariocas. É um belíssimo armazém.

A casa oferta um cardápio de petiscos que incluem queijos e frios cortados em fatias extremamente finas. Como destaque, há a clássica polpeta, gostosa receita italiana de bolinho de carne. Também trabalham com bolinhos de bacalhau, além de sanduíches. O bar conta com uma variedade considerável de bebidas, cachaças de diversas marcas, de uísques e outros destilados. Além das boas opções de cerveja, de várias marcas – servidas geladas.

O Bar do Gomes pode ser um programa barato ou caro, depende muito do que se pede. As cervejas importadas são para quem tem o bolso largo. O negócio de ficar beliscando daqui e de acolá pode revelar um custo maior do que você esperaria. No entanto, sempre se dá para comer uma polpeta e um sanduíche e pagar um preço bem em conta.

Funciona de segunda a quinta das 11h às 23h. Sexta das 11h à meia-noite. Sábado das 11h às 22h e domingo das 11h às 18h.

Aceita cartões de débito e crédito.

Endereço: Rua Áurea, 26.

Contatos: (21) 2232-0822

Para saber mais: www.armazemsaothiago.com.br

Armazém Senado

Resistindo na esquina da Rua Gomes Freire com Rua do Senado a casa é uma jóia raríssima hoje na cidade, um exemplar fidedigno (apesar de pedir alguma reforma) dos antigos armazéns cariocas. E agrega todas as características típicas: o pé direito alto, o conjunto de armários de madeira (que precisa de maior cuidado) cobrindo boa parte da parede, ladrilhos hidráulicos decorando o chão e, como não poderia faltar, um belíssimo balcão de mármore.

Ao contrário do São Thiago em Santa Teresa o Senado segue praticamente da mesma maneira desde sua inauguração em 1907. Quer dizer, o tempo foi lhe dando um peso e certo ar largado de boteco-armazém. Lá os produtos básicos de limpeza, de vassouras de piaçava a Pinho Sol, dividem espaço com batatas, cebolas e as bebidas. A função de boteco, portanto, não se apropriou totalmente do armazém.

Há apenas umas duas ou três mesas disponíveis para o botequim, mas a maioria dos clientes prefere beber em pé junto ao balcão, ou a observar a vida passar na rua. O cardápio do Armazém é a boca. Perguntem o que tem no dia para comer – geralmente coisas singelas como porções de salame, queijo e sanduíches. Para mim é quase um local sagrado, onde vou rezar a missa das dezoito tomando uma gelada (contam entre outras com a cerveja Original e Serra Malte), para depois seguir meu caminho.

Funcionam de segunda a sexta das 8h às 20h e sábado das 8h às 16h.

Aceitam cartões de débito e crédito.

Endereço: Avenida Gomes Freire, 256

Contato: (21) 2509-7201

Bar Brasil

O Bar Brasil é antes de tudo um centenário sobrevivente no meio de uma Lapa que não para de mudar. A casa mantém o mesmo simples ambiente desde que foi aberta em 1907. É um pequeno salão em formato de L – dando para as ruas Mem de Sá e Lavradio – com a velha geladeira de madeira, o balcão de metal e os quadros do Selarón. Apesar da velha cara, a casa segue aos poucos conquistando novos clientes e ao menos no que se trata da comida e o chope (sempre muito bem servidos), mostra ainda ser capaz de sobreviver muitos e muitos anos mesmo sob forte pressão da concorrência.

A casa alemã acaba se destacando justamente por oferecer o que muitas outras não podem: a história. É justamente a velha cara que cativa um novo público que busca algo diferente no meio de ondas e ondas de bares pasteurizados. Eu sempre fui um fã do Bar Brasil, levado ainda criança por meu pai, e sigo fiel a casa. Há muitas coisas interessantes no cardápio, como o ótimo kassler, o fantástico bolo de carne e os salsichões mistos. O chope, tirado na antiga torre de bronze, é um caso a parte – um dos meus prediletos na cidade. É um programa que eu recomendo, assino em baixo, reconheço firma e autentico. Bom para ir depois do trabalho nos dias de semana, quando fecha às 23h. Só não indico nos dias da feira da Rua do Lavradio (primeiro sábado do mês), pois fica insuportável de cheio. No outros dias não é difícil conseguir uma mesa por lá. O pessoal da casa é ótimo.

Funciona de segunda a sexta 11h30m às 23h. Sábado das 11h30m às 16h.

Aceita cartões de debito e crédito (menos American Express)

Endereço: Av. Mem de Sá, 90.

Contatos: (21) 2509-5943 / barbrasil@globo.com

Bar Lagoa

Aberto em 1935 está na lista dos grandes bares históricos do Rio de Janeiro. Diferente de algumas outras casas antigas, que ou foram perdendo o charme e se descaracterizando, ou pecando na qualidade da comida, o Bar Lagoa sobrevive firme e forte. Impecavelmente preservada, a arquitetura art déco do ambiente vale uma visita por si só. A cozinha mantém a qualidade e serve bons pratos típicos da culinária alemã, como filés a milanesa, salsichões etc. O chope, muito bem tirado, não fica atrás. Junto com o Bar Brasil e o Adonis (de Benfica) é um dos poucos lugares que ainda têm a chopeira original de bronze da Brahma – que vale uma observação mais cuidadosa. A clientela se divide entre os que preferem a varanda, mais fresca e com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, e o salão fechado (sem ar).

Funciona de segunda a sexta das 18h às 2h. Sábados e domingos das 12h às 2h.

Endereço: Avenida Epitácio Pessoa, 1674.

Contatos: (21) 2523-1135

Para saber mais: www.barlagoa.com.br

Bar Luiz

Trata-se de um dos mais tradicionais bares do Rio de Janeiro, na lista de ouro junto com clássicos como Nova Capela, Bar Brasil e Bar Lagoa. É um programa imperdível. O Bar Luiz está no atual endereço da Rua da Carioca desde 1927, mas foi inaugurado por Jacob Wendling, filho de suíços, em 1887, na Rua da Assembléia – com o nome “Zum Schlauch”.  Foi um dos primeiros a servir chope na cidade e segue sob o comando de uma mesma família há 123 anos. Para quem quiser conferir, vale navegar o site do bar onde é possível esbarrar com muitas curiosidades.

Depois de uma longa parceria com a Brahma (por muitos anos serviu o melhor chope Brahma da cidade), a casa atualmente trabalha com produtos da Femsa – as marcas Xingu, Sol e Heineken – O que em minha opinião fez muito bem ao centenário estabelecimento. O chope Xingu é muito bom. Não sou muito fã do chope Sol, mas ter a Heineken em uma das torneiras é um ponto positivo.

Agora com salão com ar condicionado (era um lugar muito quente nos verões), o Bar Luiz se tornou um lugar aconchegante e bastante agradável. Não é difícil conseguir mesas. O movimento é mais forte no final da tarde, com a saída do trabalho. O público é bem variado. Os preços estão dentro de uma faixa aceitável e é possível sair de lá sem sangrar os bolsos e comendo bem. Aliais a comida de influencia germânica continua boa. Não deixem de pedir o Bolo de Carne de entrada. Outra sugestão para os mais aventureiros é a porção de joelho de porco cozido (excelente).

Funcionam de segunda a sábado das 11 às 23h30m.

Aceitam cheques, cartões de crédito e débito.

Endereço: Rua da Carioca, 39, Centro.

Contatos: (21) 2262-6900 / (21) 2517-0458 / barluiz@barluiz.com.br

Para saber mais: www.barluiz.com.br

Café e Restaurante Lamas

O Lamas é o avô de todos os restaurantes tradicionais cariocas e um lugar que tem grande importância histórica. Aberto em 1874, originalmente no Largo do Machado, mudou-se para o atual endereço na Rua Marquês de Abrantes em 1974 – já faz tempo também! Nos últimos anos os preços da casa subiram muito e o Lamas deixou de ser uma alternativa barata de programa como um dia já foi. O cardápio da casa é uma espécie de bíblia. Há infindáveis opções e alguns segredos. Os clientes mais assíduos já sabem como escapar das furadas (e dos preços). Os pratos de filé – carro chefe da casa – continuam muito bons, mas os valores não tão mais convidativos. Eu tenho cá as minhas preferências, como o fígado e a língua de boi com molho madeira, mas continuo admirando os bolinhos de bacalhau, o frango à milanesa, o arroz a piamontese, as porções de batatas portuguesas e o cheeseburguer. Enfim, muitas coisas. O chope é digno. De toda maneira, pela sua importância, é um lugar essencial para quem quer conhecer mais as tradições gastronômicas cariocas. Estejam certos de que serão bem atendidos. Procurem um lugar longe das televisões, aconcheguem-se, tomem o chopp digno da casa e aproveitem o papo.

Funciona diariamente das 7h30m as 3h.

Aceita cheque, cartões de crédito e débito.

Endereço: Rua Marquês de Abrantes, 18, Flamengo.

Contatos: (21) 2556-0799 / cafelamas@uol.com.br

Para mais informações: www.cafelamas.com.br

Casa Paladino

No mesmo endereço a mais de cem anos, a Casa Paladino é um dos mais clássicos armazéns / botequins do Rio de Janeiro. É conhecido pelas omeletes e sanduíches. Sempre que tenho oportunidade, ou quando estou pela área da Uruguaiana com Marechal Floriano, lá entro para um bom chope e uma porção de copas cortadas finamente. A tradicional casa possui uma bela mobília, são prateleiras recheadas de produtos como azeites, azeitonas, vinhos e queijos. É um programa imperdível para conhecer um pouco da história dos armazéns cariocas.

Funciona de segunda a sexta das 7h as 20h30m. Sábado das 8h às 12h.

Endereço: Rua Uruguaiana, 224/226 (esquina com a Av. Marechal Floriano).

Contato: (21) 2263-2094

Cosmopolita

No coração da Lapa, a casa continua no mesmo local desde a sua inauguração em 1926 – Um sobrado datado de 1906 tombado pelo patrimônio histórico municipal. O pequeno espaço tem ares nostálgicos. Recorda antigos períodos, onde o local fervilhava de políticos e diplomatas. Entre eles, Oswaldo Aranha, que reza a lenda, ali teria dado nome ao prato que se tornou um dos grandes clássicos cariocas: o Filé Oswaldo Aranha (Tornedor com muito alho, batata portuguesa, farofa e arroz).

A casa ganhou a influência galega de Joaquim, o antigo dono que tocava o negócio desde 1958. Com a morte deste, a gerência passou para as mãos do irmão Juan.  Nada é mais como antes e certo ar de decadência impera no negócio. Os filés, no entanto, ainda valem a passagem por lá. Além da própria história do lugar. Acho que o tombamento veio em boa hora.

Funciona de Segunda a quinta das 11h30m à meia-noite. Sexta e sábado das 11h às 5h.

Endereço: Travessa do Mosqueira, 4 – Lapa. Rio de Janeiro (RJ).

Contato: (21) 2224-7820

Nova Capela

O Capela original, aberto em 1903 num sobrado no Largo da Lapa nº 30, foi transferido em 1967 para o atual endereço na Av. Mém de Sá nº 96, tornando-se o Nova Capela e um dos maiores clássicos da gastronomia do Rio de Janeiro. Conhecido pelo célebre cabrito – uma unanimidade (fantástico!) – foi lá, no entanto, que outro tradicional prato carioca nasceu: o Filé à Francesa. O prato surgiu na década de 1940, inventado por um francês, cliente assíduo – hoje ninguém recorda o nome – que pediu um tornedor guarnecido de batatas palito e sobre elas, muita cebola, presunto picado e ervilha. A partir daí muita gente começou a pedir o tal ótimo filé do Francês…

O Nova Capela é um bastião da boemia – com um horário de funcionamento que vara a madrugada – e costuma ficar cheio duas, três horas da manhã, fato anterior mesmo a retomada da Lapa. Mas não é um restaurante barato, nem lugar de ficar tomando chope uma noite inteira impunemente – aliais o chope sempre foi o ponto fraco da casa. É melhor para um bom jantar, almoço, ou refeição salvadora de fim de noite entre amigos. Além do cabrito (como prato principal ou aperitivo não tem erro, sempre excelente) e dos pratos de filé, eu particularmente admiro o polvo com arroz a brócolis, que sai a um preço um pouco mais alto do que deveria (R$ 70,00 para duas pessoas confortavelmente), mas vale à pena. O bolinho de bacalhau da casa também é bom. É um programa imperdível para quem não o conhece e para quem quer se aprofundar na gastronomia típica carioca.

Há alguns anos atrás os donos compraram o imóvel ao lado do nº 96 e criaram um anexo que, ainda bem, preservou a arquitetura do anterior. É o ‘Nova Nova Capela’ – com um ambiente mais moderninho. Eu gosto de ir ao antigo, mais charmoso.

Funcionam de segunda a domingo das 11h às 4h.

Aceita cheque, cartões de débito e crédito.

Endereço: Rua Mem de Sá, 96, Lapa.

Contato: (21) 2252-6228 / (21) 2508-8493 / novacapelarestaurante@yahoo.com.br

Restaurante e Café Pastoria (Restaurante 28)

Mais conhecido por Restaurante 28 – o número do endereço na Rua Barão de São Félix, na Saúde – esta tradicional casa de influência portuguesa é um pedaço de um Rio antigo, nos costumes, na gente e na arquitetura e nos preços também. Um dos 12 lugares tombados pela Prefeitura do Rio como patrimônio cultural da cidade, o restaurante é de uma singeleza que pode incomodar aos que tem um olhar superficial. Mas trata-se de um lugar muito bonito e bem preservado, apesar de maltratado pelo tempo.

É um lugar essencialmente para almoço. O destaque do cardápio é o cabrito, mas eu pessoalmente fiquei encantado com o Polvo a Portuguesa da última vez que lá estive. Explore sem medo, mas lembre-se que as porções são fartas, por isso é bom dividir os pratos e ir com fome. O programa em todos os sentidos. É um grande lugar.

Funciona de segunda a sexta, das 11h às 16h.

Endereço: Rua Barão de São Félix, 28 – Saúde. Rio de Janeiro (RJ).

Contatos: (21) 2263-2438

Aceitam cartões de débito e crédito.